junho 06, 2014
Mandando Lenha - Bebeto Alves
00:00 - 01 Chamamecero
05:04 - 02 Milonga pra "Loco"
10:03 - 03 Mandando Lenha
13:23 - 04 Do Fundo da Alma
17:31 - 05 Com o Violão na Garupa
22:22 - 06 Juntando os Gravetos
25:48 - 07 O Sul por Vida
29:37 - 08 Milonga Amarga
34:22 - 09 Lavando a Alma
38:00 - 10 Mostrando a Cara
41:59 - 11 Charla de Tropa
46:31 - 12 Com Cisco nos Olhos
50:24 - 13 Na Ponta dos Dedos
54:08 - 14 Matando a Pau
1.Chamamecero
Como se a escuridão trouxesse luz
Como se o coração fosse explodir
Mastiguei a fala, negaceei a mágoa
Só pra ver a lágrima feliz
Quis amansar a dor, me vi pela vida
Quis conhecer o amor, fiz um chamamé
Cheio de carinho, louco de faceiro
Mas que chamameceiro me senti
Coisa de bom menino abraçando o pai
Coisa de mão saudosa mimando o filho
Fui me emocionando a mando do gaiteiro
Mas que chamameceiro, repeti
A mão vem me dando um soco,
E eu prendo-lhe um sapucay,
O pé pisoteia a marca,
Que a alma arrepia em pêlo
E quase arrebenta o fole,
Que torce, pra vida melhorar...
02. Milonga pra "Loco"
Quando me sinto milonga
minh'alma aponta pra coisas
Todas que enfeitam o canteiros
Que sigo a troco de nada
Cantando dando risada
Nesta comédia de arteiros
Ando com um pouco de pressa
Gozando toda conversa
Conforme o gosto do pago
Um dia eu volto pra casa
Com a charla de quem repara
A vizinhança onde passo
A mango é o pala da solidão
Amargo é o pala da solidão
Quem pensar ao contrário
Com essa cara de otário
Pida que não
Que tal retomar o prazer
De escrever como um louco
Agarrado ao violão
Fazer qualquer judiaria
Com essa mania mimosa
De encher de prosa o galpão
Eu mesmo sempre que posso
Boleio perna me cosso
E tatuo fora as palavras
Mas quando olho pros lados
Nem pio quem capa o gado
Alheio a sua manada
A vida é nossa sofreguidão
A vida é nossa sofreguidão
Quem achar ao contrário
Com a mesma cara de otário
Diga que não
Somos farinha do mesmo saco
Quebrando os fraco
Mandando lenha nos tróço
Eu posso andar diferente
Ausente da minha gente
Mas toco tudo que gosto
Meu mate está no floreio
Onde qualquer milongueiro
Sangrar a pontas dos dedos
Matando a pau o costado
Com a carne gorda rosado
Enfumaçando os verdeiros
Nesta milonga pra louco
Nesta milonga pra louco
Eu falo de tudo um pouco
E que me importa que os outros
Riam de mim (2x)
Eu falo de tudo um pouco
E que me importa que os outros
Riam de mim (2x)
03 Mandando Lenha
Olha aqui seu moço
Faz tempo que eu torço
Pra não chover
Remendando o cabresto
Eu faço meu tempo
E tento viver
O charque que eu tinha
Atado no arame
Pra ressecar
Se empapou de porqueira
Co´a lã das ovelhas
Que tavam por lá
A égua bragada
Tem cisma d´água
Até pra beber
E a terneirada guacha
Em vez de apojar as vacas
Berra até encher
O gado se atola
Tudo me amola
O troço é peleia
Eu só acredito em doma
Com o freio na boca
De quem não corcoveia
[x2]
Não fosse a cuscada
Esculhambando no galpão
Eu enchia a barriga
De rapadura e chimarrão
Volteando uma canga
Trançando um par de rédeas
Consertando um buçal
Entalhando um canzil
O coração mata a pau!
Olha aqui seu moço
Faz tempo que eu torço
Pra não chover
Remendando o cabresto
Eu faço meu tempo
E tento viver
O charque que eu tinha
Atado no arame
Pra ressecar
Se empapou de porqueira
Co´a lã das ovelhas
Que tavam por lá
A égua bragada
Tem cisma d´água
Até pra beber
E a terneirada guacha
Em vez de apojar as vacas
Berra até encher
O gado se atola
Tudo me amola
O troço é peleia
Eu só acredito em doma
Com o freio na boca
De quem não corcoveia
[x2]
Não fosse a cuscada
Esculhambando no galpão
Eu enchia a barriga
De rapadura e chimarrão
Volteando uma canga
Trançando um par de rédeas
Consertando um buçal
Entalhando um canzil
O coração mata a pau!
04. Do Fundo da Alma
A lágrima que por engano entristece o canto
Que em outros tantos faz de um quebranto
Parelha e canga sem machucar
No fundo um rir da minha cara encendeia a alma
Fazendo farra arrumando a sala
Quando a saudade vem conversar
Um dia quem sabe
Me sirva o mate longe de casa
Talvez possadas ao entardecer
Onde houver um rio, um sapucaia e uma cordeona
Um guitarreiro aí por inteiro ou um Chamamé
Onde houver um rio, um sapucaia e uma cordeona
Um guitarreiro aí por inteiro ou um Chamamé
A lágrima que por engano entristece o canto
Que em outros tantos faz de um quebranto
Parelha e canga sem machucar
No fundo um rir da minha cara encendeia a alma
Fazendo farra arrumando a sala
Quando a saudade vem conversar
Um dia quem sabe
Me sirva o mate longe de casa
Talvez possadas ao entardecer
Onde houver um rio, um sapucaia e uma cordeona
Um guitarreiro ai por inteiro ou um Chamamé
Onde houver um rio, um sapucaia e uma cordeona
Um guitarreiro ai por inteiro ou um Chamamé
A lágrima trouxe consigo amigos
Me encharcou o rosto e tirou o retrato
Me chamou de louco editando honrando os livros
Tchau seu destino é tocando o gado
Que eu vireo o barco más, voltei a nado
Que eu vireo o barco más, voltei a nado
Que eu vireo o barco más, voltei a nado
05 Com o Violão na Garupa
Um caminho afinal
Uma ponta de sol
Um piquete de luz,
Uma pampa rural
Uma chuva teimosa
Uma pedra de sal...
Uma tropa de corte
Uma sorte, uma dança
Um arado, uma canga,
Um atado de cana
Uma junta de bois
Uma chuva sem mal!
(Sairei por aí
Com o violão na garupa
A alma cheia de gente,
Meus pertences Guarani!
Que tempos vida, vivi
Levando a dor aos bocejos,
Dá-me um beijo, um gracejo,
Sem medo de sair)
Uma benção materna
Uma graça discreta
Uma mágoa sincera
Uma rapa de mel
Uma rima na rédea
Quebrando o chapéu...
Um tostado coiceiro,
Uma rês desgarrada
Uma mata queimada,
Uma cara de casa
Uma prosa de pala
Povoando o papel!
(Sairei por aí
Com o violão na garupa
A alma cheia de gente,
Meus pertences Guarani!
Que tempos vida, vivi
Levando a dor aos bocejos,
Dá-me um beijo, um gracejo,
Sem medo de sair)
Uma trova em milonga
Uma longa invernada
Uma nova moçada
Uma outra palavra
Um futuro passado
Um espaço vazio...
Uma fala esquisita,
Uma idéia imprevista
Uma volta sem ida
Uma arte na mira
Uma tarde tranqüila
Um causo de rio!
(Sairei por aí
Com o violão na garupa
A alma cheia de gente,
Meus pertences Guarani!
Que tempos vida, vivi
Levando a dor aos bocejos,
Dá-me um beijo, um gracejo,
Sem medo de sair)
06 Juntando os Gravetos
Eu tenho muito, desta mania de escrever e de querer fazer de tudo um pouco
E sempre dedilho a palavra de alma lavada mimando esse tempo loco
Se a trova anda em desova é porque o violão dilacera quem lê
E a porta logo escancara com os olhos em brasa pagando pra vê
Na distância de quem me espera à léguas ando tocando o cavalo
Um baio bem encilhado, e às vezes topo com o gado, lambendo o sal no rodeio (2x)
Ando à procura de alguém, que me dê um aparte também é verdade
E ainda tiro o chapéu olhando firme pro céu, queimando a carne
E desde cedo me vejo em conflito, comigo, levando cada baita pealo,
Coisas de pampa e fronteiro, campo e campeiro, tomando mate
Tristeza vou pôr uma beca, saí campo-fora, prosear com a querência
Juntando os gravetos saber como anda as ovelhas
E algumas porqueiras, que eu gosto de ter
Lá em casa na hora da janta, a cuscada late, bate-cola
O cheiro da bóia é bom, saudade me passa o pão e o leite dos guachos
No pátio a solidão varreu cisco, o coração sabe disso e se esparrama nos galhos
Logo o violão mete bronca e antes que a vida responda, que mal tem um abraço
07 O Sul por Vida
Como se o sorriso me enxugasse os olhos
Como se o destino me apontasse o mundo
Amontoei os troços apalpando a gaita
E descobri o pago em cena
Encilhei o cavalo e me toquei pro campo
Se não fosse o gado eu não seria tanto
Pra manter as tralhas do meu coração
Como se a manada me peleasse a rima
Como o se galpão me sujeitasse o canto
Amontei no tempo sem olhar o pêlo
Do amanhã que eu mais queria
Amaguei a mágoa chamuscando uns ciscos
E sovei o pala amigando o vício
De atorar a alma a tanta inspiração
Coisas desses fronteiros que, iguais a nós,
Tem o sul por vida, e passam uma eternidade
Matando a saudade numa coxilha
Coisas desses campeiros de fala mansa:
-Não tem de quê!
Coisas desses paysanos que aquerenciamos num chamamé!
Como se a manada me peleasse a rima
Como o se galpão me sujeitasse o canto
Amontei no tempo sem olhar o pêlo
Do amanhã que eu mais queria
Amaguei a mágoa chamuscando uns ciscos
E sovei o pala amigando o vício
De atorar a alma a tanta inspiração
Coisas desses fronteiros que, iguais a nós,
Tem o sul por vida, e passam uma eternidade
Matando a saudade numa coxilha
Coisas desses campeiros de fala mansa:
-Não tem de quê!
Coisas desses paysanos que aquerenciamos num chamamé!
08 Milonga Amarga
Depois de matear com uns amigos,
Deixei minhas tristezas maneadas
Lá onde o coração se conforta
E nunca falta um violão na conversa.
O brabo é aceitar a idéia da perda,
Permanecer fiel a esse amor,
Sem derramar uma lágrima à toa,
Limpando o pátio com a baia vazia.
E a quem importar quanto me doa,
Vou dando bóia às galinhas...
Os lugares que me viam abatido,
Sujeito estranho, um olhar distraído,
Não imaginam fazendo o meu momento,
Povoando a alma com a rima no ouvido.
Estendemos juntos os arreios à sombra,
O campo até parecia diferente...
Olhava em frente e nada faltava,
Como era mesmo o tempo da gente...
Toca vidinha uns "troço", à gosto,
Que eu faço gosto escutar...
Sou feliz porque assim deve ser,
Buscando em tudo urgência e prazer.
A vida é o livro, o poeta, o peão,
O patrão, a vítima, o ladrão...
Conforme a perda e a espera, ah! quem me dera
Mapear o verso com a cara do mundo,
Eu sei no fundo o resto é pouca miséria
Pra quem mobilha o galpão...
(Lá no coração do pampa,
Por quem se ama, eu ando louco de atar...)
09 Lavando a Alma
Buenas como vai compadre não saio de casa faz uma semana
Ando arrocinando a laia de uma égua baia lá de Uruguaiana,
Passo alimentando a fiasco de um terneiro guacho que soltei no patio
Mas gosto de mimar o potrilho pisoteando o milho que arrumei pro trato
Quem teima ser peão nesta vidinha estancieira
Tem alma de galpão, sempre invernia com as ovelha
Ah! Coração que vida bendita,
Eu posso não gostar de uns troços
Mas o que é nosso é sempre bom cantar.
Eu acho meu compadre amigo, que o lugar que eu vivo anda por demais!
O cusco anda pelo açude descobrindo o mundo que avistou por lá,
O piazedo tá com a mãe arrumando bóia pra engordar os cavalos
E as galinhas de bochincho tão fazendo cisco só pra me chatear
Quem teima ser peão nesta vidinha estancieira
Tem alma de galpão, sempre invernia com as ovelha.
Ah! Coração que vida bendita,
Eu posso não gostar de uns troços
Mas o que é nosso é sempre bom cantar.
É sempre bom cantar, é sempre bom cantar.
Ah! Coração que vida bendita,
Eu posso não gostar de uns troços
Mas o que é nosso é sempre bom cantar.
É sempre bom cantar, é sempre bom cantar
10 Mostrando a Cara
11 Charla de Tropa
12 Com Cisco nos Olhos
13 Na Ponta dos Dedos
Repentinamente a dor me pealou
Me molestou os olhos
Apressadamente o violão se amigou,
Foi me pedindo colo.
Cantador de vida brejeira,
Não canta besteira, nem charla em vão
Manuseia os apegos da fala
E espera volteada, alçar de função.
Cautelosamente o mal me embretou
Me desalmando o chasque
Tinha umedecido as leguas do grão,
Lavando a cor do mate.
Cancioneiro de prosa caseira
Não culpa as ovelhas dos males que tem
Faz seus versos rodeados de amigos
E educa os ouvidos no canto de alguém.
(refrão)(2x)
Ai, violão veiaco
Eu quase me mato te amando, parceiro.
Faz de conta que nesta milonga
A vida se alonga na ponta dos dedos.
Praserosamente o peito amançou
Foi me sovando as botas
Veio me tenteando o lenço e o chapéu
E uns troços que se gosta.
Quisera, ter podido
Dormir a cavalo e fazer-me esquecer
Silencioso com a minha silhueta
Rondando as fronteiras do meu bem querer.
(refrão)(2x)
Ai, violão veiaco
Eu quase me mato te amando, parceiro.
Faz de conta que nesta milonga
A vida se alonga na ponta dos dedos.
14 Matando a Pau
Num caminho de luz
Que a tropa projetava dentro da noite,
Com que prazer me encontrava
Sujeitando a manada...
Até formar um bom cavalo,
Pra o aparte e as pechadas,
Vou amadrinhar uma tropilha
(E fazê-la parar à mão, no campo,
Golpeando até morrer,
Agarrado aos animais de vez em quando.) Bis
(Meu mundo é um cavalo amigo,
Comigo, sempre a camperear!) Bis
Minha vista caiu sobre o rio,
Levada pelo vício, e me toquei de volta
Ao chamado casario de estância.
Pedi rédeas das éguas
Que se distanciavam de mim,
E aprendi com a tropa
O porquê de juntar o sinuelo,
Parar rodeio, cuidar do gado,
Bocando o pasto, inxerir o laço,
Vislumbrando o pago que me viu crescido...
(Depois, me deixar quieto num canto,
Assim "no más",
Por encanto ao que se deve gostar.)
(Mas bah!, que troço bagual,
Montar e sair à cavalo atoa por aí!)
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